terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Molinésia

Poecilia latipinna (Molinésia)

Qui, 31 de Julho de 2003 21:00
Apesar de ser um dos peixes mais populares entre os iniciantes no aquarismo dulcícola, poucos sabem que na natureza, a molinésia habita águas salobras bem diferentes da que são normalmente mantidas em aquários.A variedade mais comum é a negra, mas podem ser encontradas diversas outras na lojas, entre elas estão a negra cauda de lyra, balão, tigre, velífera, dálmata entre outras sendo que o comportamento e os cuidados que requerem são praticamente os mesmos.Originária de águas costeiras do sul da América do Norte e México, raramente passam de 6 cm e vivem mais de 2 ou 3 anos em aquários, mas se suas exigências forem atendidas, podem ir muito além disso, uma molinésia mantida em água salobra e aquários com no mínimo 100L pode chegar a 10cm de comprimento. Outra curiosidade é que estudos comprovam um maior crescimento de sua nadadeira dorsal se criadas em temperaturas por volta de 20ºC, essa característica valoriza bastante o peixe.As molinésias também podem ser mantidas em aquários marinhos após uma adpatação adequada, mas isso não é recomendado, pois o peixe nunca atingirá seu desenvolvimento pleno e seu tempo de vida diminuirá consideravelmente.O substrato do aquário deve conter pedras calcárias, como dolomita, a fim de se manter o pH em um nível mais elevado, em torno de 7,4, plantas são muito bem vindas, as mais recomendadas são as volumosas e de folhas finas que oferecem importantes esconderijos para os filhotes, entre elas estão a rabo de raposa, pinheirinho, elódea, cabomba, sinemá entre outras que se adaptam bem ao pH da água. A temperatura pode ser mantida entre 25ºC e 27ºC. A população de molinésias deve ser composta por mais fêmeas do que macho, é recomendável a proporção de 1:4 pois os machos passam boa parte do dia tentando acasalar com as fêmeas e se o número delas for baixo, podem viver constantemente estressadas.Como é comum na família Poeciliidae, são ovovivíparos e os filhotes se desenvolvem dentro da mãe até estarem completamente formados para nascarem, dispensado a postura de ovos; a fecundação é interna, o macho através de uma nadadeira anal modificada chamada gonopódio, fecunda a fêmea, sendo que seus espermatozóides podem ser suficientes para mais de uma "gestação".A reprodução em cativeiro é bem comum, a primeira coisa é saber diferenciar os machos das fêmeas, os primeiros possuem a nadaderia dorsal mais desenvolvida e o gonopódio (uma nadadeira em forma de bastão na região anal), a fêmeas são maiores, mais "gordinhas" e não possuem o gonopódio, no lugar há uma nadadeira anal comum. (na foto abaixo: macho acima, fêmea abaixo, a coloração deve ser ignorada).Como já comentado, os machos passam o tempo todo tentando copular com as fêmeas, então isso não será motivo de preocupação para o aquarista.A gestação dura cerca de 30 dias, e é necessário ficar atento quando os filhotes nascerem pois os adultos podem comê-los, daí a preferência por aquários densamente plantados ou a montagem de um aquário pequeno com muitas plantas só para a fêmea, até o nascimento dos alevinos, uma dica para o nascimento ocorrer mais rápido, é elevar a temperatura para 28ºC, mas deve-se ter em mente que isso pode ocasionar o nascimento de filhotes prematuros.O uso de "criadeiras" plásticas não é recomendado pois o espaço é reduzido e um erro de cálculo do aquarista pode deixar a fêmea por muito tempo neste confinamento, o estresse gerado pode ocasioanar o nascimento de filhotes mortos ou até mesmo a morte da fêmea. Os filhotes devem ser mantidos longe dos adultos, até adquirirem um tamanho que não permita que sejam devorados.A alimentação dos filhotes deve ser feita com dáfnias, artêmia recém nascida, microvermes e ração floculada reduzida a pó, os adultos devem ter uma dieta a base, principalmente, de vegetais, algas (são ótimas devoradoras de algas), ração básica, ração de spirulina etc, mas sem esquecer dos alimentos vivos como artêmia, dáfnias, minhocas entre outros.
Fotografia: Nathan Petrin e Ricardo Ferreira de Paula

Nome científico:
Poecilia latipinna
Origem:
América do Norte e México
pH:
7,4
Temperatura:
25ºC
Dureza:
35 DH
Tamanho adulto:
10cm
Tamanho do aquário:
100L
Alimentação:
herbívoro
Reprodução:
ovovivíparo

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